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Ômega-3 e redução de complicações pós-cirurgia de câncer gástrico

O câncer gástrico é um dos tumores do trato gastrointestinal e faz parte do grupo mais comum de doenças malignas; é, ainda, classificado como uma das principais causas de morte em todo o mundo1.

A abordagem cirúrgica é considerada tratamento primário mesmo em casos de câncer gástrico em estágio inicial. Contudo, o paciente enfrentará o risco de desenvolver complicações pós-operatórias2, em virtude de alguns fatores de impacto negativo, tais como:

 

  • Desnutrição;
  • Supressão imunológica induzida por tumor;
  • Estresse cirúrgico;
  • Inflamação.

 

Entre as complicações, a desnutrição é o fator de maior relevância na influência do prognóstico clínico2,3, sendo que estudos sugerem, de acordo com Yu et al.2, que o suporte nutricional pode reduzir a incidência de eventos adversos pós-cirurgia gástrica. Além disso, ácidos graxos poli-insaturados, como ômega-3 (n-3 PUFAs) atuariam como moduladores de inflamação e redutores de estresse oxidativo e complicações4,5,6

Leia também: O que é o ômega 3 e qual o seu papel nutricional?

 

Por que o suporte nutricional com ômega-3 é importante após a cirurgia de câncer gástrico?

O suporte nutricional é um dos pontos fundamentais do manejo pós-operatório do paciente com câncer gástrico7. Sendo assim, o suporte com emulsão lipídica visa não apenas fornecer energia ao organismo, mas também ácidos graxos, como o ômega-3, que não podem ser sintetizados pelo corpo humano.

Compostos por substâncias como EPA (ácido eicosapentaenoico) e DHA (ácido docosa-hexaenoico), os ácidos graxos ômega-3 têm algumas funções especiais, como inibir processos inflamatórios, reduzir o estresse oxidativo e regular o estado imunológico6.

Segundo Z. Liu et al., estudos têm demonstrado que a adição de emulsão lipídica de óleo de peixe (ômega-3) na nutrição parenteral perioperatória pode melhorar a função imune celular dos pacientes após a cirurgia gastrointestinal, além de inibir o processo de resposta inflamatória do organismo e promover melhor resposta pós-operatória, reduzindo complicações8,9.

 

Recomendações da ASPEN quanto à pacientes submetidos à cirurgia gástrica

A Sociedade Americana para Nutrição Parenteral e Enteral (ASPEN) recomenda que pacientes com grandes tumores, submetidos a cirurgia, recebam uma variedade de nutrientes na formulação nutricional a fim de melhorarem o prognóstico. O Guia ASPEN orienta, ainda, a iniciar o suporte nutricional de 7-14 dias antes da cirurgia11.

Ainda sobre o manejo nutricional, estudos sugerem que n-3 PUFAs desempenham importante papel na resposta imune e na reação inflamatória no caso de câncer gástrico, tornando, portanto, n-3 PUFAs a melhor opção para quadros de pós-cirurgia em comparação com nutrição isocalórica12,13,14,15.

 

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