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Quais os cuidados essenciais no manuseio e administração da nutrição parenteral?

Embora seja um procedimento comum em ambiente hospitalar, a nutrição parenteral (NP) requer que sejam seguidas diretrizes adequadas para a sua administração. Dessa forma, é possível reduzir alguns dos riscos associados a essa intervenção, fundamental para a garantia da energia e dos nutrientes necessários para o bem-estar e a recuperação do paciente.

Com isso, ainda que possa haver lacunas no conhecimento científico a respeito de determinadas orientações, as instituições hospitalares devem seguir e conhecer os cuidados essenciais no manuseio e administração da nutrição parenteral, sempre de acordo com as melhores práticas.1

 

Diretrizes para administração da nutrição parenteral

Em geral, a via parenteral (ou seja, venosa) é indicada nas situações em que o trato gastrointestinal não está disponível ou ainda quando as vias enteral e oral são incapazes de garantir o suporte nutricional adequado. O acesso para essa terapia pode ser periférico (geralmente nos membros) ou central (concentrado em artérias como a jugular interna, a subclávia ou a femoral).

Quadros hemodinamicamente instáveis, de insuficiência cardíaca crônica acompanhada de retenção hídrica ou de insuficiência renal crônica sem diálise, via de regra, podem contraindicar a prescrição de nutrição parenteral. A contraindicação também é válida para todas as situações em que o risco for superior aos benefícios.2

 

Cuidados de verificação, conservação e instalação da NP

Feita a prescrição médica da nutrição parenteral, o profissional responsável deve seguir uma série de diretrizes para o manuseio adequado da fórmula e dos demais itens necessários para a administração correta e segura.

No momento do recebimento das bolsas com as fórmulas industrializadas, é essencial conferir se o produto recebido é compatível com aquele que foi prescrito. É indispensável confrontar tais informações com aquelas presentes na prescrição. Além disso, deve ser feita uma avaliação da integridade e das informações presentes no rótulo.1

Nesse estágio, diversas estratégias podem contribuir para reduzir a margem para erros: prescrições com o nome do paciente, número de leito e do registro hospitalar e rótulos diferenciados são algumas das mais simples.1 As soluções em nutrição parenteral da Fresenius Kabi, por exemplo, contam com rótulos em cores diferentes de acordo com a fórmula, o que acrescenta mais uma camada de segurança na verificação do item.

No mais, a complexidade da composição das fórmulas faz com que a estabilidade de cada uma seja diferente. Desse modo, há possíveis reflexos de eficácia clínica. Assim, a temperatura, o tipo de armazenamento, a presença de determinados componentes na formulação e o tipo de envase podem afetar as preparações de nutrição parenteral.3,4,5

Para adultos, não há ainda diretriz específica para a fotoproteção das bolsas com fórmulas individualizadas e industrializadas. O mesmo não acontece nas bolsas individualizadas destinadas a pré-termos: elas devem ter proteção individualizada completa da ação da luz.1

O tempo máximo de infusão deve respeitar o prazo informado pelo fabricante e nunca superar 24 horas. Além disso, a cada bolsa ou a cada 24 horas deve ser feita a troca do conjunto de administração. Reforçar a atenção desde o momento da escolha do acesso, da instalação do cateter e nos cuidados diários subsequentes reduz o risco de complicação, em especial àquelas relacionadas à infecções.1

Algumas das intervenções necessárias para reduzir riscos

No mais, algumas intervenções e o acompanhamento adequado da terapia nutricional via parenteral podem contribuir de forma adicional para a redução dos riscos. Nos casos de oclusão do cateter, por exemplo, é fundamental identificar a causa do bloqueio. Na presença de obstruções não trombóticas podem ser usadas soluções específicas para desfazê-las. Soluções fibrinolíticas são indicadas para resolver problemas relativos a obstruções trombóticas.1

No geral, recomenda-se não trocar rotineiramente cateteres periféricos em menos de 96 horas e de forma recorrente para acessos centrais, exceto diante de sinais da presença de infecções ou de um mau funcionamento do dispositivo.1

Com tudo isso, por se tratar de um processo complexo, todos os cuidados relativos ao manuseio e administração da nutrição parenteral devem ser redobrados e compartilhados por todos os profissionais envolvidos no suporte ao paciente.

 

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