A importância do selênio na nutrição parenteral
O selênio é um oligoelemento cujas principais funções na saúde humana incluem atividades antioxidantes, anti-inflamatórias e imunológicas. Devido a essa diversidade de funções bioquímicas e fisiológicas que desempenha, é considerado um nutriente essencial em todas as formas de nutrição.1
Isso inclui a nutrição parenteral. Um estudo indicou que 21,9% de pacientes hospitalizados, com falência intestinal crônica e recebendo nutrição parenteral, apresentam níveis séricos baixos do nutriente – o que está associado a um risco elevado de desenvolvimento de infecção grave.2
· Combate ao estresse oxidativo
O selênio, segundo meta análise que reuniu diversos ensaios clínicos randomizados sobre seu uso em sepse, atua por meio de proteínas conhecidas como selenoproteínas, sendo a mais importante delas a glutationa peroxidase, que auxilia o corpo na defesa contra o estresse oxidativo, reduzindo os danos da membrana celular causados por radicais livres como hidroperóxidos lipídicos e peróxido de hidrogênio.3
Saiba mais: Importância dos oligoelementos na nutrição parenteral
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Ação anti-inflamatória
Há indícios de que o selênio tenha um papel importante na atividade anti-inflamatória do organismo ao inibir o fator de transcrição nuclear kappa β, conhecido por induzir a expressão de genes pró-inflamatórios4.
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Regulação hormonal
O selênio também desempenha um papel na regulação do metabolismo do hormônio tireoidiano.5
Quem pode receber selênio parenteral?
- Pessoas com dietas deficientes em selênio (primeiramente reconhecida na cardiomiopatia denominada doença de Keshan).1
- Pessoas com doenças agudas, como queimadura, trauma, pós-cirurgia e síndrome da resposta inflamatória sistêmica1,6
- Doentes críticos polimedicamentados,1 com ressalva para evitar altas doses, que têm efeito controverso sobre a sepse.
- Pacientes recebendo nutrição parenteral que não possua selênio. 1,2,
Dose
É altamente recomendável que o selênio seja adicionado rotineiramente a todas as soluções de nutrição parenteral. A dosagem apropriada depende da idade, histórico nutricional de base e estado clínico geral do paciente. 1
Recomendações da ASPEN de 2012 América do Norte para formulação em Nutrição Parenteral7 |
Diretrizes de oligoelementos AuSPEN de 2014 Austrália e Nova Zelândia8 |
Diretrizes 2016 da ESPEN para Falência Intestinal crônica em adultos9 |
Recomendação de consenso para oferta de oligoelementos na Nutrição Parenteral 201910 |
0,75-1,25 μmol (60-100 μg) |
0,75-1,25 μmol (60-100 μg) |
0,2–0,8 μmol (16–63 μg) |
0,25-1,25 μmol (20–100 μg) |
Fonte: Blaauw, R.10
Outras doses
- Doses de até 400 µg/dia podem ser benéficas para pacientes queimados em terapia parenteral.1
- A suplementação parenteral de selênio (em doses não elevadas) na sepse, em comparação com um placebo, foi associada a uma mortalidade mais baixa1,11.
- O selênio parenteral reduz a mortalidade por todas as causas em pacientes gravemente enfermos com sepse (em doses não elevadas).1
- Importante atentar-se que, para pacientes gravemente enfermos em geral, as Diretrizes de Prática Clínica Canadense desaconselham a suplementação de selênio em altas doses, pois a evidência é geralmente inconclusiva1,12,13.
- Baixas doses de selênio diminuem o número de ocorrência de insuficiência renal aguda em pacientes na UTI.14
- O risco de toxicidade por selênio em todas as populações de pacientes parece ser raro, com um limite superior tolerável para ingestão oral fixado em 400 µg / dia na população saudável1,5,6.
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Referências
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