Grupos de risco: nutrição parenteral e deficiência de ômega 3
A nutrição parenteral (NP) é indicada a todos os pacientes que estejam desnutridos ou em fase de desnutrição. Em geral, essas pessoas não podem ser alimentadas por via oral ou, ainda, apresentam um trato gastrointestinal (GI) não funcionante, inacessível ou lesionado1.
Outras condições que podem requerer o uso de NP são:
- Doenças críticas
- Pós-cirúrgico
- Complementação de nutrição enteral (NE)
Entre os nutrientes que podem ser fornecidos por meio da nutrição parenteral estão os lipídios. Viabilizados por emulsões lipídicas (EL) que contêm ácidos graxos essenciais, como é o caso do ômega 3 (ω3), os lipídios são caracterizados por sua alta energia e baixo teor de água.
Nutrição parenteral com ômega 3 no paciente de risco
Um ponto importante é relembrar que o corpo humano não tem capacidade de sintetizar ácidos graxos poli-insaturados2, como é o caso do ômega 3. Sendo assim, sua forma de obtenção ocorre por meio da dieta, sobretudo aquelas com consumo suficiente de peixes. Logo, quando o paciente se encontra em situação de restrição alimentar, o risco de deixar de consumir tais nutrientes se torna significante, levando a desfechos de deficiência de ômega 3².
Uma revisão de estudos publicada pelo Journal of Parenteral and Enteral Nutrition (JPEN), investigou a nutrição parenteral enriquecida com ômega 3 versus o uso de nutrição parenteral padrão (não enriquecida com ômega 3) em pacientes adultos hospitalizados3. Foram analisados 49 ensaios clínicos randomizados e os resultados mostraram que o risco relativo de infecção foi 40% menor em pacientes que receberam emulsão lipídica enriquecida com ômega 3, em comparação com o grupo que recebeu a EL padrão. Os pacientes que receberam NP enriquecida com ômega 3 também tiveram redução do tempo de permanência em unidade de terapia intensiva (UTI). Os resultados revelaram ainda uma redução de 56% nos riscos de sepse para o grupo que recebeu EL enriquecida com w33.
Em que casos pode ocorrer a deficiência de ômega 3?
- Em pacientes recebendo nutrição parenteral sem lipídios; 4
- Em pacientes com má absorção crônica de lipídios dos alimentos; 5
- Em pacientes com fibrose cística; 6
- Em bebês pré-termo, vulneráveis aos efeitos adversos da insuficiência de DHA materna;7
- Em crianças com alergias alimentares que restringem o consumo de alguns alimentos
