Qual é a função do flúor e do iodo na nutrição parenteral?
Flúor e iodo são dois minerais acessados facilmente pela maioria das pessoas, uma vez que estão presentes em alimentos, bebidas e outros produtos do dia a dia. Os dois nutrientes, no entanto, são fundamentais para a saúde e podem necessários em pacientes que recebem terapia parenteral.
Neste artigo, vamos falar sobre o papel de cada um desses oligoelementos e como eles são usados na terapia parenteral.
Flúor
O flúor é um mineral benéfico para o esmalte dos dentes e para a dentina, contribuindo para a resistência às cáries. Por meio do flúor, os dentes se tornam menos susceptíveis aos ácidos que alteraram o metabolismo de cálcio, magnésio e fósforo. Além disso, o flúor está relacionado à prevenção de anemia e de infertilidade causada por deficiência de ferro, aumento da resistência óssea e participação no crescimento.
O Food and Nutrition Board define os níveis de ingestão adequada (IA) para flúor com base nas quantidades que protegem contra a cárie dentária e geralmente não resultam em manchas nos dentes. Para determinar essa ingestão, é importante considerar a quantidade na água potável, que normalmente recebe adição do mineral.
No caso de pessoas alimentadas por meio de nutrição parenteral, deve-se avaliar a dose mais adequada. Uma ingestão recomendada pode ser de quantidades próximas ao IA:
- bebês (0-6 meses): 0,01 mg / dia
- bebês (7-12 meses): 0,5 mg / dia
- crianças (1-3 anos): 0,7 mg / dia
- crianças (4-8 anos): 1 mg / dia
- crianças (9–13 anos): 2 mg / dia
- adolescentes (14-18 anos): 3 mg / dia
- mulheres adultas (≥19 anos): 3 mg / dia
- homens adultos (≥19 anos): 4 mg / dia ¹
Nos Estados Unidos, não há atualmente uma indicação padrão de inserção flúor na alimentação parenteral. Já na Europa, o nutriente integra diversas formulações. ²
Sempre que um paciente receber flúor por meio de nutrição parenteral, é importante realizar o monitoramento para evitar sinais de toxicidade. O excesso de flúor pode estar relacionado a fluorose dentária (esmalte poroso), aumento de fraturas ósseas, rigidez e dor nas articulações.
Leia também: 5 vantagens da nutrição parenteral pronta para uso
Iodo
O iodo é um nutriente que está diretamente ligado à produção adequada do hormônio tiroidiano. Sua deficiência provoca efeitos negativos no crescimento e no desenvolvimento. Por muito tempo não se recomendou a inserção de iodo na nutrição parenteral, especialmente para crianças, porque acreditava-se haver uma absorção cutânea de iodo por meio de antissépticos iodados.
Atualmente, no entanto, com a preferência pelo uso de antissépticos à base de clorexidina, tende a ser maior a possibilidade de deficiência de iodo. O mineral não é rotineiramente adicionado em suplementos no Estados Unidos. Já na Europa, a dose padrão diária é de 1 μmol/d.
De acordo com o artigo Iodine: it’s important in patients that require parenteral nutrition, publicado na revista Gastroenterology, é altamente recomendado administrar ao menos uma dose diária de 1 mg de iodo / kg de peso corporal para crianças recebendo nutrição parenteral. Para adultos, a recomendação é de 70 a 150 mg por dia.
É prudente testar periodicamente a função da tireoide em pacientes que recebem nutrição parenteral em longo prazo e, especialmente, gestantes e bebês pré-termo, uma vez que o iodo também é necessário para o desenvolvimento do sistema nervoso central. ²,³ .
Gostou desse artigo? Leia mais sobre Nutrição Parenteral aqui.