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Monitorização da terapia nutricional: o que é e qual a importância

A monitorização da terapia nutricional ou terapia nutricional médica (MNT, sigla em inglês) é aquela que abrange suplementos nutricionais orais, de nutrição enteral e de nutrição parenteral. Os dois últimos são, tradicionalmente, chamados de “nutrição artificial”, mas sugere-se, de acordo com as diretrizes da ESPEN (2019), que sejam chamados de terapia nutricional médica1.

A terapia nutricional requer abordagem multidisciplinar e reavaliação frequente, principalmente porque as estratégias de alimentação ideal em pacientes críticos se configuram, ainda, como um desafio. Sendo assim, ao considerar a MNT é importante que sejam respondidas questões como “por quê”, “para quem”, “quando”, “como” e “com o quꔲ.

  • Por quê – para evitar a desnutrição em pacientes bem nutridos e prevenir a deterioração de pacientes já desnutridos, visto que o estado nutricional é um fator prognóstico em UTI;
  • Quem e quando – pacientes que possam ser beneficiados por MNT, ou seja, pacientes com permanência prolongada em unidade de terapia intensiva (UTI); pacientes desnutridos ou ainda aqueles gravemente doentes. Todo paciente em UTI deve ser triado para risco de desnutrição, mas o consenso da ESPEN¹ define que o paciente que está na UTI por mais de 48h é um paciente em risco nutricional. A nutrição enteral precoce (em 24 a 48h) é recomendada pelos consensos para pacientes críticos incapazes de manter a via oral suficiente.
  • Como – quando o consumo via oral não é suficiente, a nutrição enteral é recomendada. Isso porque a diretriz ESPEN preconiza que não seja iniciada nutrição parenteral (NP) até que todas as possibilidades de NE tenham sido esgotadas. Se a enteral sozinha não é suficiente para alcançar as necessidades de macronutrientes, deve-se pensar em parenteral suplementar.
  • Com o quê – revisões sugerem a existência de benefícios quando há maior ingestão de proteínas e energia, com associação da melhora da mortalidade em pacientes em risco nutricional. Contudo, é necessário que macronutrientes sejam regularmente adaptados ao estado do paciente e, portanto, a monitorização da terapia nutricional deve ser regular, principalmente na fase crítica. Na maioria dos pacientes críticos, fórmulas-padrão de nutrição enteral poderiam ser usadas e, nutrição parenteral, bolsas contendo todos os macronutrientes, devem ser as preferidas.

 

Importância da monitorização da terapia nutricional médica

Os diversos fatores que levam pacientes à UTI são motivos de complicação da terapia nutricional médica. Ou seja, razões como doenças primárias, comorbidades e fase crítica da doença requerem abordagens individualizadas e influenciam as necessidades nutricionais, conforme é possível observar na figura.

Com relação ao tempo para intervenção, um ensaio clínico randomizado indica que não houve maior benefício de nutrição agressiva no estágio inicial da doença crítica. Logo, a nutrição parenteral de início tardio também levou a uma redução nas complicações infecciosas (22,8% vs 26,2%, p = 0,008), colestase, duração da ventilação mecânica (VM), duração da terapia de substituição renal e custos de saúde3.

 

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