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Alterações físicas associadas à deficiência de proteína: como preservar a massa magra?

Estar alerta à ingestão adequada de proteínas é uma das maneiras de favorecer o equilíbrio de nitrogênio do organismo em curto prazo, o qual, se não for corrigido, pode levar ao catabolismo e à consequente perda de massa muscular. Sendo assim, a ingestão recomendada de proteína para um adulto saudável que pratique atividade física mínima é de cerca de 0,8 gramas por quilo corporal ao dia1. Quando essa ingestão não é feita de maneira adequada, pode haver uma série de alterações físicas associadas à deficiência de proteína. Continue a leitura e confira quais são!

 

Como se estabelece a função da proteína no organismo?

Uma proteína, em geral, contém diferentes aminoácidos (AA) que se conectam por meio de ligações peptídicas. Entre as funções dos AA estão fornecer nitrogênio, cadeias carbônicas e enxofre, componentes essenciais ao organismo, incapazes de serem produzidos pelo corpo, e insubstituíveis por outros nutrientes, como carboidratos ou lipídios, por exemplo1.

 

Os AA são, ainda, percussores essenciais para síntese de proteínas, peptídeos e substâncias de baixo peso molecular como1:

  • Glutationa;
  • Creatina;
  • Óxido nítrico;
  • Dopamina;
  • Serotonina;
  • RNA;

 

No caso da glutationa, ela é composta ainda por glutamina, um dos principais combustíveis metabólicos para o intestino delgado dos mamíferos, ao lado do glutamato e do aspartato. A glutamina contribui ainda para a sustentação de respostas imunes2.

Além disso, de modo geral, os AA são essenciais para a saúde, contribuindo com o crescimento, o desenvolvimento, a reprodução, a lactação e a sobrevivência dos organismos3.

 

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Deficiência de proteínas e perda de massa e função muscular

A deficiência de proteínas é especialmente preocupante em adultos mais velhos, que são mais suscetíveis à perda de massa e de função muscular. Sendo assim, uma revisão feita por Franzke et al. sugere que existe uma estreita interação entre atividade física, dieta, função e envelhecimento. Sendo que a atividade física pode preservar, e até elevar, a resposta musculoesquelética à ingestão de proteínas até uma idade muito avançada4.

 

Chamada de sarcopenia, a perda de massa muscular em adultos, especialmente idosos, gera um grande impacto na qualidade de vida dessas pessoas5, principalmente em razão do comprometimento da mobilidade.

Embora a recomendação da OMS seja a ingestão de 0,8 gramas de proteína por quilo corporal ao dia¹,4 independentemente do sexo, idade ou condição de saúde do indivíduo, Franzke et al alertam para o fato de que as recomendações da SCWD orientam a ingestão de pelo menos 1,0-1,5 g/kg de proteína por kg de peso corporal ao dia, combinados com exercícios físicos para prevenir a perda de massa muscular e função com o avanço da idade4,6.

 

Vale ainda notar que o importante declínio de massa muscular com o avanço da idade é resultado do desequilíbrio entre a síntese proteica muscular e a degradação da proteína muscular. Contudo, a ingestão alimentar baseada em proteínas/aminoácidos combinada com contrações musculares (exercícios de resistência e força) são os principais estímulos anabólicos para a síntese proteica muscular8.

 

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Resistência anabólica e microbiota intestinal

Conforme visto até aqui, adultos mais velhos demonstram resistência anabólica à síntese proteica muscular, o que faz com que, muitas vezes, a quantidade diária recomendada de proteína precise ser ajustada.

Sendo assim, é importante lembrar que a microbiota intestinal está envolvida em muitos dos mecanismos de resistência anabólica, seja direta ou indiretamente7. Isso ocorre porque a microbiota intestinal muda com o decorrer da idade e é influenciada pela ingestão de proteína. Outros fatores que modificam a microbiota intestinal são: vulnerabilidade a medicamentos, doenças e mudanças no estilo de vida9,10,11. Todas essas alterações, por sua vez, levam a mudanças no metabolismo, absorção e disponibilidade de proteínas, contribuindo para a resistência metabólica e, consequentemente, redução da síntese proteica muscular e origem da sarcopenia7,12.

 

Como preservar a massa muscular?

Estudos demonstram algumas medidas eficientes para a manutenção da massa muscular4,7:

  • Suplementação de proteína.
  • Combinação da ingestão de proteína com exercícios físicos.
  • Avaliação do que pode estar gerando resistência anabólica no indivíduo.
  • Atenção à microbiota intestinal para superar a resistência anabólica.

 

 

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